Todas as Glórias à Śrī Guru Mahārājācārya Mahāsūrya Paṇḍita Svāmī!
Todas as Glórias à Śrī Mahādeva!
Todas as Glórias à Śrī Bhagavan!
Todas as Glórias à Śrī Śakti Devī!
Todas as Glórias à Śrī Śrī Mahālakṣmī Devī e Śrī Śrī Mahāgaṇapati!
Neste mês
de dezembro, nos Templos Polimatas de Campinas e Mairiporã, celebramos o
encerramento de mais um ciclo junto aos pés de lótus de Śrī Mahālakṣmī e Śrī Gaṇeśa, agradecendo as oportunidades concedidas
em mais uma ano de muito trabalho, superação e devoção.
Śrī Lakṣmī
É a
personificação do esplendor, da beleza, da riqueza e da prosperidade dentro da
Cultura Védica.
Śrī Lakṣmī |
É a śakti de Śrī Viṣṇu, usualmente retratada
aos pés de lótus de seu amado, quando este é conceitualizado como Śrī Nārāyaṇa.
Assim, é sua contraparte feminina e, enquanto a potência energética do Mantenedor
do Universo, é aquela que concede a bênção que permite ao devoto a “identificar
e compreender seus objetivos” – eis o significado de seu nome, em sânscrito – além
do véu de māyā, a ilusão material que
ela mesma manifesta.
É também
uma das Grandes Mães do Sanātanadharma. Sob a ótica mais popular, ao lado
de Śrī Sarasvatī (consorte de Śrī Brahmā, aquele que cria) e Śrī Pārvatī
(consorte de Śrī Śiva, aquele que destrói/transforma), forma a Tridevī – versão
feminina da Trimūrti, a Trindade Suprema do panteão hindu.
Iconografia
Em sua
iconografia mais usual, aparece com quarto braços, que representam os quarto
grande objetivos da humanidade: dharma
(a busca pela vida justa, ética e moral), artha
(desenvolvimento dos meios materiais), kāma (a realização
emocional, o prazer) e mokṣa (a
liberação última, alcançada através do autoconhecimento).
As flores de
lótus que Śrī Lakṣmī
carrega em suas mãos posteriores representam jñāna (o verdadeiro conhecimento), a autorrealização, a
consciência, o karman e a pureza,
através da analogia da mais linda flor de luz que nasce em meio às águas
pantanosas da ignorância.
Em uma de
suas mão anteriores, em abhayamudrā,
ela concede a bênção do destemor, de onde jorram moedas de ouro, que simbolizam
a infinita riqueza material e espiritual de sua natureza. Em sua outra mão, em varadamudrā, concede a bênção da
benevolência e caridade (dāna).
Seu vāhana (montaria) é Ulūka, a coruja. Simboliza proteção, paciência, inteligência e sabedoria,
mantendo-se atenta na escuridão. Todavia, por ser um animal noturno, que não
enxerga de forma plena sob luz do dia, também representa a tendência natural do
sādhaka (caminhante espiritual) em
buscar excessiva ou exclusivamente a riqueza material em detrimento à
prosperidade espiritual.
Śrī Lakṣmī
possui oito manifestações secundárias, cujo conjunto é conhecido como Aṣṭalakṣmī
(aṣṭa = oito, em sânscrito),
relacionadas a oito fontes de riqueza, e que representam as principais
potências de Śrī Mahālakṣmī, sua manifestação enquanto a
Suprema Śaktidevī:
-
Ādi
Lakṣmī: sua manifestação primordial, a śakti
de Śrī Viṣṇu;
-
Dhana
Lakṣmī: aquela que concede a riqueza material;
-
Dhānya Lakṣmī: aquela que concede a riqueza na
agricultura;
-
Gaja
Lakṣmī: aquela que concede o poder da realeza;
-
Santāna
Lakṣmī: aquela que protege a prole;
-
Vīra
Lakṣmī: aquela que concede a coragem e a força;
-
Vijaya
Lakṣmī: aquela que concede a vitória sobre os obstáculos
-
Vidyā
Lakṣmī: aquela que concede o conhecimento, também nas artes e ciências.
Aṣṭalakṣmī. |
Śrī Gaṇeśa
Usualmente,
também conhecido como Gaṇapati (“Senhor dos Gaṇas”, a guarda de Śrī Śiva), é o
deus com cabeça de elefante, uma das Deidades mais populares do hinduísmo.
Śrī Gaṇeśa. |
É a personificação da vijñāna (sabedoria) e de buddhi (intelecto). Resplandecente, é também Śrī Vighneśvara, o “Senhor dos obstáculos”, aquele que abre os caminhos do sādhaka para a realização material, emocional e espiritual, mas que também cria impedimentos que ajudam a fechar as portas das tentações que atrapalham o caminho dhármico. É “a porta de entrada” do panteão hindu, bem como o Senhor da escrita e do aprendizado.
Filho de Śrī
Pārvatī e Śrī Śiva, o casal cósmico, possui diversas histórias diferentes que
narram seu aparecimento. Em uma das mais famosas alegorias, conta-se que teve
seu corpo moldado em argila por sua mãe, com uma cabeça humana; após conferir-lhe
o sopro da vida, Śrī Pārvatī designou-o como guardião de sua residência,
enquanto seu pai viajava pelos Himalayas. Obteve então sua cabeça de elefante
após de decapitado pelo próprio pai, que ainda não o conhecia, quando impediu
que o mesmo adentrasse sua casa.
Desesperada
pelo sentimento de perda de sua criança, a Senhora da Montanha (“pārvatī”, em sânscrito) projeta toda sua
fúria sobre Śrī Mahādeva, , manifestando a natureza protetora de sua essência
materna, transformando-se em Śrī Durgā. Assim, tomado pelo remorso, Śrī Śiva se
compromete com a reverter o incidente e designa a seus servos uma busca pelo
primeiro ser que fosse encontrado dormindo virado para o norte.
Retornam
com uma imponente cabeça de elefante, que então substitui a que havia sido
decepada. Para amenizar o desgosto de sua consorte, Śrī Śiva declara que aquele
é seu primogênito, elevando-o ao status de Deidade, concedendo-lhe o comando de
suas tropas e instituindo sua adoração antes de quaisquer rituais e demais
atividades religiosas.
Iconografia
A cabeça de
elefante de Śrī Gaṇapati apresenta uma quase que imperceptível boca e grandes
orelhas, uma analogia ao “falar menos, ouvir mais”. Os grandes olhos
representam a visão que alcança além da aparente realidade material e a presa
quebrada representa o sacrifício dhármico de Śrī Ekadanta (“Aquele que tem
somente uma presa”), que autoflagelou-se para registrar em texto a narração do grande
épico Mahābhārata, ditado pelo santo Vyāsadeva.
Usualmente
é representado com quatro braços. Em suas mão posteriores, segura paraśu (machado), para cortar o denso
apego ao mundo material e pāśa (corda),
para obstruir ou liberar o caminho do devoto. Em suas mãos anteriores, concede abhayamudrā (a bênção do destemor) e
segura um pote de doces (modakas ou laḍḍus), que representam os doces frutos
em recompensa ao trabalho dhármico.
Apresenta o
abdômen avantajado pois carrega em si passado, presente e futuro: todo o cosmos.
Também representa sua generosidade, a sincera e total aceitação e proteção que
ele assegura ao Universo.
Possui
diversos vāhanas, que variam de
acordo com as diversas manifestações de Śrī Gaṇapati: vāsuki (a naja sagrada), mayūra
(o pavão), siṃha (o leão), e, o mais
famoso, mūṣaka (o rato), que
representa tamoguṇa, os desejos.
Dentre as
muitas manifestações de Śrī Gaṇeśa, oito delas são destacadas:
-
Vakratuṇḍa:
aquele que possui a tromba curvada, representa a vitória sobre a inveja;
-
Ekadanta:
aquele que possui somente uma presa, vale à superação da arrogância;
-
Mahodara:
aquele que possui uma grande barriga, personifica a derrota da ilusão e da
ignorância;
-
Gajānana:
aquele que possui a face de um elefante, simboliza o triunfo diante da
ganância;
-
Lambodara:
literalmente, “o barrigudo”, representa a conquista da ira;
-
Vikaṭa:
o deformado, vale ao controle dos desejos;
-
Vighnarāja:
o rei dos obstáculos, personifica a superação do ego;
-
Dhūmravarṇa:
aquele que possui cor de fumaça, simboliza a superação do orgulho.
O Senhor dos Obstáculos. |
Assim, considerando que Śrī Lakṣmī e Śrī Gaṇeśa
não são um casal propriamente dito, como Śrī Rādhākṛṣṇa ou Śrī Pārvatī e Śrī Śiva, a adoração de ambos em conjunto se
dá pela similaridade e união complementar de suas simbologias, relacionadas à
bem-aventurança e realização, a sutileza e doçura divinas.
Por fim, a riqueza e a prosperidade concedidas
por Śrī Lakṣmī só podem ser alcançadas pelo sādhaka
que superou os obstáculos de sua vida através do trabalho dhármico ensinado por
Śrī Gaṇapati. Da mesma forma, de nada vale o esplendor sem sabedoria, e não se
alcança a abundância sem um afiado intelecto.
Invocações
Mântricas para o ritual:
श्रीलक्ष्मी
Śrī Lakṣmī
गायत्री
gāyatrī
gāyatrī
ॐ
श्महालक्ष्म्यै विद्महे
विष्णुपत्न्यै
च धीमहि ।
तन्नो
लक्ष्मी प्रचोदयात् ॥
auṃ mahālakṣmyai vidmahe
viṣṇupatnyai ca dhīmahi ।
tanno lakṣmī pracodayāt ॥
Contemplamos aquela que é a Suprema
Śaktidevī,
Meditamos por compreensão n’aquela que é
a consorte de Śrī Viṣṇu
Reverenciamo-nos Àquela que concede a
realização de nosso dharma, para que
nos ilumine com sabedoria.
बीजमन्त्र
bījamantra
bījamantra
ॐ
श्रीमहालक्ष्म्यै नमः
auṃ śrīṃ mahālakṣmyai namaḥ
Reverenciamo-nos à Suprema Saktidevī.
श्रीगणेश
Śrī Gaṇeśa
गायत्री
gāyatrī
gāyatrī
ॐ
एकदन्ताय विद्महे
वक्रतुण्डाय
धीमहि ।
तन्नो दन्तिः प्रचोदयात् ॥
तन्नो दन्तिः प्रचोदयात् ॥
auṃ ekadantāya vidmahe
vakratuṇḍāya dhīmahi ।
tanno dantiḥ pracodayāt ॥
Contemplamos
aquele que possui uma única presa,
Meditamos por compreensão n’aquele que tem a tromba
curvada
Reverenciamo-nos
àquele que possui presas, para que nos ilumine com sabedoria.
बीजमन्त्र
bījamantra
bījamantra
ॐ
गं गणपतये नमः
auṃ gaṃ gaṇapataye namaḥ
Reverenciamo-nos ao Senhor dos Gaṇas.
* Sobre os bījas:
- śrīm: sílaba de força lunar, que remete ao amor e
devoção, à beleza, à fé e à rendição. Promove o desenvolvimento positivo junto
ao Esplendor Divino;
-
gaṃ: de força solar,
remete ao elemento terra e à manifestação material, do Dharma. Promove o desenvolvimento do
intelecto e da sabedoria.
Os mantras
serão aprofundados em nossa aula de língua sânscrita aplicada ao mantrayoga, que acontece por volta das
21h, antes dos rituais.
Nossos satsaṅgas com Ayahuasca à Śrī Mahālakṣmī Devī e Śrī Mahāgaṇapati e acontecem no próximos sábados, dia 08/12, no Templo Polimata de Campinas e dia 15/12 no TemploPolimata de Mairiporã, a partir das 19h.
Em
Mairiporã, no dia 16/12, teremos o tradicional almoço beneficente de
encerramento, seguido da maṇḍala de
prosperidade em um lindo ritual realizado pelo nosso querido Gurujī à Śrī Lakṣmī.
Gentilmente solicitamos aos participantes que tragam flores e frutos para a
realização desta ritualística.
Siga a
programação dos eventos de Campinas e Mairiporã no Facebook.
Mais informações sobre rituais no site da Ordem Polimata.
Todas as
Glórias à Śrī Guru Mahārāja Ācārya Mahāsūrya Paṇḍita Svāmī!
Todas as Glórias à Śrī Śrī Mahālakṣmī e Śrī Śrī Mahāgaṇapati.
Minhas mais
humildes, sinceras e profundas reverências,
Yuri D.
Wolf.
सङ्कटमोचन
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