segunda-feira, 8 de julho de 2019

Satsaṅga de Domingo com Ayahuasca em Campinas - Śrī Ayyappa, o filho de Śiva e Viṣṇu


Todas as Glórias à Śrī Guru Mahārājācārya Mahāsūrya Paṇḍita Svāmī!
Todas as Glórias à Śrī Mahādeva!
Todas as Glórias à Śrī Bhagavan!
Todas as Glórias à Śrī Śakti Devī!
Todas as Glórias à Śrī Śrī Ayyappa!

Śrī Ayyappa, em sua iconografia mais tradicional, no estilo malayala.

Na estreia de nossa Concentração Védica de Domingo com Ayahuasca, no próximo dia 14/07, às 16h no Templo Polimata de Campinas, celebraremos a misericórdia, a força e a alegria do altíssimo Senhor Śrī Ayyappa.

O Senhor Ayyappa é uma Deidade pouco conhecida no Brasil, mas muito popular no sul da Índia, principalmente nos estados do Kerala e de Tamil Nadu.

Seu nome, que na verdade é um título, assim como Bhagavan (“venerável”, para o Senhor Viṣṇu) ou Īśvara (“soberano”, para o Senhor Śiva) pode ser livremente traduzido como “Senhor Pai” nas línguas malayala (Kerala) e tâmil (Tamil Nadu).

Seu culto possui origem em uma grande combinação de tradições, tanto regionais, como chola, pāṇdya, ajivika, dentre outras, como também braḥmānica, tântrica, budista e jainista.

É uma das oito principais encarnações de Śrī Śāstā, uma consciência divina que manifesta-se em nosso plano como personalidades dotadas de profunda misericórdia, portadoras de grande conhecimento para auxiliar na liberação das almas condicionadas.

Ademais, dentre os Aṣṭaśāstā – as oito principais encarnações de Śrī Śāstā – tornou-se um com a personalidade de Śrī Dharmaśāstā, um grande sábio e vidente, que viveu na região da floresta de Śabarīmālā, e que foi abençoado por Śrī Rāma (a sétima encarnação de Śrī Viṣṇu) enquanto o mesmo cruzada o subcontinente indiano em direção à Laṅkā, para salvar sua amada consorte, Śrī Sītā.

Śrī Ayyappa é a Deidade que sincretiza o antigo conceito brāḥmānico de Aryaman/Indra: deuses que estão próximos dos homens e cuja natureza protetiva, aliada ao seu grande poder, preenche de confiança o coração de seus devotos.

Trata-se de uma manifestação divina em forma de um svāmī (neste caso, um yogin), originada da união entre o Senhor Śiva e a Senhora Mohinī, um avatāra feminino do Senhor Viṣṇu.

Śrī Ayyappa em iconografia mais tradicional do norte indiano.

É também é conhecido por ser o Senhor dos Fantasmas e também de todos os seres (Bhūtanātha), Aquele que dissemina conhecimento e paz (Dharmaśāstā), O professor que instrui sobre o caminho da evolução espiritual (Śāstā), Aquele que é adornado com uma jóia ou um sino em sua garganta (Maṇikaṇṭha/Maṇikaṇḍa), Aquele que é filho de Śrī Viṣṇu (Hari) e Śrī Śiva (Hara), Hariharasuta, dentre outras qualidades transcendentais.

Seus atributos cósmicos estão relacionados com o equilíbrio entre a luz e a sombra, o crescimento espiritual e material, o sacrifício devocional, o desprendimento/encaminhamento de espíritos perdidos e negativos, a purificação kármica (principalmente diante do planeta Saturno, conhecido como Śani Deva na astrologia hindu) e a identificação integral da alma individual (jīva) junto à Superalma (Paramātmān, a consciência absoluta universal).

Uma das mais famosas histórias sobre o seu advento se dá após a derrota do demônio Mahiśāsura diante da Senhora Durgā – conforme narrado no famoso texto Devī Māhātmyaṃ (ou Caṇḍī Pāṭha) –, quando então sua irmã Mahīśī parte para vingar sua morte.

Mahīśī havia obtido uma benção do Senhor Brahmā que a tornava virtualmente indestrutível: apenas uma criança nascida da força de Śrī Viṣṇu e Śrī Śiva poderia derrotá-la.

Assim, para salvar o mundo da aniquilação, o Senhor Viṣṇu encarna como a Senhora Mohinī (“aquela que ilude”, em sânscrito). Primeiramente, no famoso episódio da cosmologia hindu chamado de Samudra Manthana (“a bateção do oceano de leite”, para a obtenção do amṛta, o nectar da imortalidade), faz seu advento para iludir os asuras – demônios rivais aos devas – e roubar-lhes o halāhala, o mais tóxico veneno do universo.

Então, em sua forma feminina, Śrī Viṣṇu une-se com o Senhor Śaṅkara e então dá origem ao Senhor Śāstā.

Após o nascimento do menino – neste momento, a ser conhecido como o príncipe Maṇikaṇṭha –, seus pais depositam-no às margens do sagrado rio Pampa, no atual estado do Kerala, atendendo a um pedido de um soberano sem filhos e muito religioso, o rei Rājaśekhara.

Após a adoção do menino pelo casal real, este fora novamente abençoado com um filho, agora biológico: Rāja Rājān. Embora ambos os meninos crescessem como príncipes, Śrī Ayyappa se destacou nas artes marciais e demonstrou grande afinidade em todos os śāstras (escrituras sagradas).

Ao completar o treinamento e estudos de seus filhos, que eram ainda muito jovens, era a hora do monarca nomear o herdeiro do trono. O rei Rājaśekhara desejava que Maṇikaṇṭha fosse o seu sucessor, mas a rainha queria que seu filho fosse nomeado soberano. Então, ela cria uma série de impedimentos para o Senhor Ayyappa.

Desta forma,  a rainha encena uma doença misteriosa que só poderia ser curada com o leite de uma tigresa, o que acarretaria uma tarefa praticamente impossível de ser realizada.

O destemido garoto divino então parte para a floresta. No caminho, percebe o propósito de sua encarnação na Terra e dirige-se para o embate junto a demoníaca Mahīśī.

Após uma feroz batalha, a asurī morre nas mãos de Śrī Ayyappa, recebendo mokṣa (a liberação do círculo de nascimentos e mortes, o saṃsāra).

A vitória do garoto Maṇikaṇṭha sobre a asurī Mahīśī, sob o testemunho da jovem Śabarī.

Posteriormente, nosso herói retorna ao reino montado em uma tigresa acompanhada de seus dois filhotes, demonstrando sua natureza transcendental. Então, o rei Rājaśekhara reconhece sua divindade e o nomeia como sucessor do trono.

O retorno triunfal de nosso herói.

Todavia, devido à sua natureza monástica, Senhor Ayyappa recusa o convite e retorna à floresta para sua ascensão divina, onde eventualmente torna-se um com Śrī Dharmaśāstā.

Então, o rei Rājaśekhara pede ao arquiteto divino, Śrī Viśvakarma, o projeto de um templo para ser construído na densa floresta na qual o Senhor dos Fantasmas havia vencido Mahīśī, na região de Śabarīmālā, no mesmo local onde o Senhor Dharmaśāstā e o Senhor Rāma haviam se encontrado, cerca de 4.000 anos antes. A primeira Deidade ali instalada foi esculpida pelo Senhor Paraśurāma (a sexta encarnação de Śrī Viṣṇu).

Śabarīmālā Śrī Ayyappasvāmī Kśetraṃ, com os devotos carregando seus irumudis.

Assim sendo, o mais famoso e proeminente templo de Śrī Ayyappa, o Śabarīmālā Śrī Ayyappasvāmī Kśetraṃ, é um dos maiores centros de peregrinação de toda a Índia, recebendo cerca de 100 milhões de peregrinos anualmente.

Localizado em uma área de difícil acesso, demanda grande esforço dos devotos que desejam receber o darśana (grande bênção) do Svāmī. Ademais, um jejum de 41 dias e uma série de preparos específicos devem ser observados para esta visita tão especial.

O Templo de Śabarīmālā é feito de ouro e possui uma escada com dezoito degraus, o Patinaṭṭāṃpaṭi,  que representam a superação dos pañcendriyas (os cinco sentidos), a superação dos aṣṭarāgas – as oito emoções destruidoras: kāma (luxúria), krodha (raiva), lobha (avareza), moha (ignorância do apego), mada (orgulho), matsarya (competição desleal), asūyā (inveja), dāmbha (ato de vangloriar-se) – a superação do três guṇas (as qualidades universais: sattva (luz/bondade), rajas (paixão) e tamas (escuridão/ignorância) e, por fim, a superação de vidyā e avidyā (o conhecimento e o conhecimento errado – aquilo que se acredita saber, mas que não se sabe, de fato).

Patinaṭṭāṃpaṭi, os dezoito degraus sagrados de Śabarīmālā.

Para estarem aptos a subir pelo Patinaṭṭāṃpaṭi, os devotos devem estar apropriadamente vestidos com seus dhotis (vestimenta tradicional que lembra saiotes) na cor preta, laranja ou azul, como também devem estar carregando o irumudi sobre suas cabeças – uma pequena bolsa com provisões para a peregrinação e itens para serem oferecidos à Deidade, cuidadosamente preparados sob a orientação de seus Gurusvāmīs.

Dentre os itens presentes no irumudi, o mais significativo é o nei thenga, o coco contendo gṛhtaghee, a manteiga clarificada.

Primeiramente, o Gurusvāmī remove a água do coco, representando a purificação do corpo e da mente do devoto após os 41 dias de jejum. Então, o mesmo preenche a fruta com o ghee, que figura como a essência do espírito do devoto.

Durante a visita, o devoto oferece o nei thenga para que os sacerdotes possam banhar a Deidade com o conteúdo do coco, que posteriormente é atirado a uma fogueira na parte exterior do templo. A simbologia é de que, após a presente experiência encarnatória, a consciência eterna do devoto (representada pelo o ghee) torna-se una com o Divino, enquanto seu corpo material (representado pelo coco) é queimado – conforme manda a tradição hindu.

A vitória diante das condutas e sentimentos condicionantes que escravizam a consciência humana, levam o devoto à bênção última do Senhor Ayyappa, que permite ao mesmo conhecer sua verdadeira natureza transcendental: a identificação total com a Consciência Divina, que é resumida na famosa frase tat tvam asi (“tu és esse”, em sânscrito).

Tat tvam asi, em malayala e sânscrito, na entrada principal de Śabarimālā.

Assim, no Templo de Śabarīmālā, devotos e Deidade são colocados no mesmo nível, condição muitíssimo incomum dentro da tradição hindu. Todos aqueles que se sujeitam aos desafios da viagem, tanto ao seu próprio interior quanto à mata fechada da região, são chamados de svāmī e obtém a graça d’Aquele que é o bastião da misericórdia.

Invocações Mântricas para o ritual:

ശ്ര്യയ്യപ്പ ഗായത്രീ
Śrī Ayyappa Gāyatrī

ഓം ഭൂതനഥായ വിദ്മഹേ
ഭവാനന്ദായ ധീമഹി
തന്നോ ശാസ്താ പ്രചോദയാത്

auṃ bhūta-nāthāya vidmahe
bhavānandāya dhīmahi
tanno śāstā pracodayāt

Contemplamos Aquele que é o Senhor dos fantasmas/de todos os seres,
Meditamos n’Aquele que é o regozijo da prosperidade
Reverenciamo-nos Àquele que é o professor, para que nos ilumine com sabedoria.

ശ്ര്യയ്യപ്പ മൂലമന്ത്ര ൨
Śrī Ayyappa Mūlamantra 2

സ്വാമിയേ ശരണമയ്യപ്പാ

svāmiye śaraṇaṃ-ayyappā
Ó, Pai de todos! Refugio-me em ti, o autocontrolado.


Obs.: As inscrições acima estão no alfabeto malayala, tradicional do estado do Kerala.

Mais informações no Site da Ordem e no Facebook da Agenda Polimata.

Todas as Glórias à Śrī Guru Mahārājācārya Mahāsūrya Paṇḍita Svāmī!
Todas as Glórias à Śrī Pramod Śānti!
Todas as Glórias à Śrī Śāstā!
Todas as Glórias à Śrī Śrī Ayyappa!


Minhas mais humildes, sinceras e profundas reverências,

Yuri D. Wolf.
സങ്കടമോചന

terça-feira, 2 de julho de 2019

ॐ Śrī Rādhākṛṣṇa - Satsaṅgas à Dança do Infinito Amor Incondicional

Todas as Glórias à Śrī Guru Mahārājācārya Mahāsūrya Paṇḍita Svāmī!
Todas as Glórias à Śrī Mahādeva!
Todas as Glórias à Śrī Bhagavan!
Todas as Glórias à Śrī Śakti Devī!
Todas as Glórias à Śrī Śrī Rādhākṛṣṇa

A sublime dança de amor entre o Absoluto e sua Potência.

राधे जय जय माधवदयिते
rādhe jaya jaya mādhava-dayite
Composto por Rūpa Gosvāmī

राधे जय जय माधवदयिते 
गोकुलतरुणीमण्डलमहिते 
rādhe jaya jaya mādhava-dayite 
gokula-taruṇī-maṇḍala-mahite
“Ó Rādhā! A amada de Madhava (Śrī Kṛṣṇa, como o matador do demômio Madhu)! Tu que és adorada por todas as jovens garotas de Gokula! Todas as glórias a ti! Todas as glórias!”

दामोदररति वर्धनवेशे 
हरिनिष्कुटवृन्दाविपिनेशे 
dāmodara-rati-vardhana-veśe 
hari-niṣkuṭa-vṛndā-vipineśe 
“Tu que te vestes de tal maneira a aumentar o amor e o apego do Senhor Damodara (Śrī Kṛṣṇa, como o garoto travesso misericordioso) por ti! Ó rainha de Vṛndāvana, que é o bosque de prazeres do Senhor Hari (Śrī Kṛṣṇa, como aquele que perdoa todos os atos pecaminosos)!”

वृषभानूदधिनवशशिलेखे 
ललिता-सखि गुण-रमित-विशाखे 
vṛṣabhānūdadhi-nava-śaśi-lekhe 
lalitā-sakhi guṇa-ramita-viśākhe 
“Ó lua nova que surgiu do oceano do rei Vṣabhanu! Ó amigo de Lalita (uma das 8 principais gopīs)! Tu que fazes Viśakha (outra das 8 principais gopīs) fiel a ti devido às tuas maravilhosas qualidades de amizade, bondade e fidelidade a Śrī Kṛṣṇa!”

करुणांकुरुमयि करुणाभरिते 
सनक-सनातन-वर्णित-चरिते 
karuṇāṃ kuru mayi karuṇā-bharite 
sanaka-sanātana-varṇita-carite
“Ó tu, que és plena em compaixão! Ó tu, cujas características divinas são descritas pelos grandes sábios Sanaka e Sanātana (dois famosos sábios)! Ó, Rādhā, por favor seja misericordiosa comigo!”

Neste mês de julho, a Ordem Polimata celebra em seus templos de  Templos Polimata de Boituva, Mairiporã, Jundiaí e Campinas, manifestação do amor universal infinito e incondicional personificado em Śrī Rādhākṛṣṇa.

Dentro da tradição vaiṣṇava, mais especificamente na Gauḍīya, Vallabha e Nimbārka sampradāyas (tradições filosóficas), Śrī Rādhākṛṣṇa representa a combinação suprema dos aspectos masculino e feminino de Deus, onde Śrī Kṛṣṇa, o oitavo avatāra (encarnação divina) de Śrī Viṣṇu, representa a própria personalidade de Deus, e Śrī Rādhā, sua consorte (uma das encarnações de Śrī Lakṣmī) representa śakti: a potência do êxtase do Amor Divino, que conecta criador e criatura. As duas manifestações, masculina e feminina, unidas, representam o Divino em sua totalidade.

Na etimologia sânscrita, rādhā significa “sucesso”, “prosperidade”, e também está relacionada com o termo “bondade”, podendo ser livremente traduzido como “Esplendorosa”. Naturalmente, reflete a doçura da personalidade celestial de Śrī Rādhārāṇī.

Śrī Rādhā, em todo o seu esplendor.

Já a palavra kṛṣṇa significa “preto”, literalmente. Porém, o termo também está associado à personalidade toda-atraente de Śrī Kṛṣṇa, a manifestação divina que personifica o prazer transcendental.

O relacionamento entre ambos foge do padrão tradicional das escrituras de orientação vaiṣṇava. O casal divino que precedeu Śrī Rādhākṛṣṇa foi Śrī Sītā-Rāma (a consorte, manifestação de Śrī Lakṣmī, e sétima encarnação de ŚrīViṣṇu, respectivamente), representava o zelo pela moral e discrição, um casal firmemente orientado pelos costumes da sociais, com o compromisso selado pelo casamento tradicional.

Já o caso de amor de Śrī Rādhākṛṣṇa nunca foi consumado pelo fogo do casamento. Śrī Kṛṣṇa possuía outras esposas principais, Rukmiṇī e Satyabhāma, com quem constituiu família.

Junto à Śrī Rādhā, o Senhor Kṛṣṇa desenvolveu uma relação de profundo amor baseada em uma incessante busca mútua, visto que as nuances da vida insistiam em pô-los distantes um do outro.

As līlās (passatempos divinos) vivenciadas por Śrī Rādhākṛṣṇa se deram na cidade de Vṛndāvana, centro-norte da Índia. Obras como Brahmavaivarta Purāṇa e Devībhāgavatam Purāṇa narram alguns episódios, mas é no poema Gītā Govinda – composto por Jayadeva Gosvāmī – que a plenitude deste amor transcendental é exposta em sua forma mais profunda.

O auge de toda a relação acontece na Rāsalīlā, também conhecida como “a Dança do Amor Divino”, tido como um dos passatempos mais emblemáticos de Śrī Kṛṣṇa. Neste, as gopīs (vaqueiras, das quais Śrī Rādhā parte – e que, na verdade, são emanações da mesma) são atraídas à floresta, para longe de seus familiares e obrigações, ao serem encantadas pela música celestial que emana da flauta do Todo-Atraente.

Rāsalīlā, a dança transcendental do Amor Divino.

Por meio de uma sublime profundidade estética, o encontro é descrito com riqueza de sutis detalhes, que narram o encontro de Śrī Rādhā e suas emanações (todas as demais gopīs) em uma dança mística carregada de significados. Nela, Śrī Bhagavan multiplica-se através de sua Yogamāyā – a potência interna em forma de misericórdia, que permite a conexão com o Supremo através do êxtase transcendental do amor de Deus – para unir-se com cada uma das vaqueiras, que são a própria emanação de seu poder criativo (śakti; Śrī Rādhā). Śrī Kṛṣṇa também usa seus poderes para estender a duração desta noite a uma Noite de Brahmā (Senhor da Criação), cerca de 4,32 bilhões de anos terrestres.

Assim, este passatempo representa a união da consciência e da potência criativa de Deus, o masculino e o feminino, respectivamente. Revela, pois, a natureza transcendental do Absoluto, estabelecida além do tempo e espaço que, por sua vez, emanam dele e de seu poder infinito.

Tão poderosa é esta līlā que o Bhāgavata Purāṇa estabelece que todos aqueles que ouvirem ou descreverem-na com verdadeira fé, alcançam o puro amor devocional de Śrī Kṛṣṇa. De tão importante, ela não é apresentada publicamente dentro das tradições vaiṣṇavas. Seus profundos detalhes só são revelados para aqueles que já estão em um nível bastante avançado.

Invocações mântricas para o ritual

श्रीराधा
śrī rādhā

गायत्री
gāyatrī

ॐ वृषभानुजायै विद्महे
कृष्णप्रियायै धीमहि ।
तन्नो राधा प्रचोदयात् ॥

auṃ vṛṣa-bhānujāyai vidmahe
kṛṣṇa-priyāyai dhīmahi 
tanno rādhā pracodayāt 


Contemplamos Aquela que é filha de Vṛṣabhānu,
Meditamos na favorita de Kṛṣṇa.
Reverenciamo-nos à Esplendorosa, para que nos ilumine com sabedoria.

श्रीकृष्ण
śrī kṛṣṇa

गायत्री
gāyatrī

ॐ दामोदराय विद्महे
राधावल्लभाय धीमहि ।
तन्नो कृष्णः प्रचोदयात् ॥

auṃ dāmodarāya vidmahe
rādhā-vallabhāya dhīmahi 
tanno kṛṣṇaḥ pracodayāt 

Contemplamos Aquele que é ligado pelo amor e afeição,
Meditamos no amado de Rādhā.
Reverenciamo-nos ao Todo-Atraente, para que nos ilumine com sabedoria.


harekṛṣṇasya mahāmantra (“o grande mantra harekṛṣṇa”)

हरे कृष्ण हरे कृष्ण
कृष्ण कृष्ण हरे हरे ।
हरे राम हरे राम
राम राम हरे हरे ॥

hare kṛṣṇa hare kṛṣṇa
kṛṣṇa kṛṣṇa hare hare 

hare rāma hare rāma
rāma rāma hare hare 

Clamo pela śakti (potência energética, neste caso, Śrī Rādhā) d’Aquele que é o Todo-Atraente.
Clamo pela śakti (potência energética, neste caso, Śrī Sītā) d’Aquele em que todos encontram a felicidade (Śrī Rāma). *

* Obs.: As traduções dos de mantras variam de tradição para tradição. Neste caso,  tradução acima foi concebida a partir do pensamento da tradição Gauḍīya Vaiṣṇava, raiz do Movimento Harekṛṣṇa.

Mais informações e ingressos antecipados no Site da Ordem Polimata.
Acompanhe nossos eventos pelo Facebook através da página Agenda Polimata.

Todas as Glórias à Śrī Guru Mahārāja Ācārya Mahāsūrya Paṇḍita Svāmī!

Todas as Glórias à 
Śrī Śrī Rādhākṛṣṇa!

Minhas mais humildes, sinceras e profundas reverências,
                                                                                                                                  
Yuri D. Wolf
सङ्कटमोचन