Todas as Glórias
à Śrī Guru Mahārājācārya Mahāsūrya Paṇḍita Svāmī!
Todas as Glórias à Śrī Nārada Muni!
Todas as Glórias à Śrī
Mahādeva!
Todas as Glórias à Śrī
Bhagavan!
Todas as Glórias à Śrī
Śakti Devī!
Todas as Glórias à Śrī
Śrī Gaṅgā Devī!
Śrī Bhagavathī Gaṅgā. |
श्रीगङ्गा स्तोत्रम्
śrīgaṅgā stotram
देवि सुरेश्वरि
भगवति गङ्गे त्रिभुवनतारिणि तरऌअतरङ्गे |
शङ्करमौऌइविहारिणि
विमले मम मतिरास्तां तव पदकमले || १ ||
devi sureśvari
bhagavati gaṅge tribhuvanatāriṇi taraḷataraṅge |
śaṅkaramauḷivihāriṇi vimale mama matirāstāṃ tava padakamale || 1 ||
śaṅkaramauḷivihāriṇi vimale mama matirāstāṃ tava padakamale || 1 ||
“Ó Venerável Deusa Gaṅgā, Senhora dos Deuses! Tu
és o rio divino do céu, você é a salvadora de todos os três mundos. Tu és puro
e inquieto, adornas a cabeça do Senhor Śiva. Ó mãe! que minha mente descanse
sempre junto a teus pés de lótus.”
भागीरथिसुखदायिनि
मातस्तव जलमहिमा निगमे ख्यातः |
नाहं जाने तव महिमानं
पाहि कृपामयि मामङ्ञानम् || २ ||
bhāgīrathisukhadāyini
mātastava jalamahimā nigame khyātaḥ |
nāhaṃ jāne tava mahimānaṃ pāhi kṛpāmayi māmaṅñānam || 2 ||
nāhaṃ jāne tava mahimānaṃ pāhi kṛpāmayi māmaṅñānam || 2 ||
“Ó Mãe Bhāgīrathī (filha de Bhāgīratha) ! Você
concede felicidade a todos. O significado de tuas águas sagradas é cantado nos
Vedas. Sou ignorante, incapaz de compreender tua importância. O Devi! tu és
plena em misericórdia, por favor protege-me.”
हरिपदपाद्यतरङ्गिणि
गङ्गे हिमविधुमुक्ताधवऌअतरङ्गे |
दूरीकुरु मम दुष्कृतिभारं
कुरु कृपया भवसागरपारम् || ३ ||
haripadapādyataraṅgiṇi gaṅge
himavidhumuktādhavaḷataraṅge |
dūrīkuru mama duṣkṛtibhāraṃ kuru kṛpayā bhavasāgarapāram || 3 ||
dūrīkuru mama duṣkṛtibhāraṃ kuru kṛpayā bhavasāgarapāram || 3 ||
Ó Deusa! Tuas águas são tão sagradas quanto o caraṇāmṛta (a água com a qual os pés
de um santo foram lavados) do Senhor Hari. Tuas ondas são brancas como a neve,
a lua e as pérolas. Por favor, lava todos os meus pecados e ajuda-me a
atravessar este oceano de saṃsāra
(o ciclo de nascimentos e
mortes).
तव जलममलं येन निपीतं
परमपदं खलु तेन गृहीतम् |
मातर्गङ्गे त्वयि
यो भक्तः किल तं द्रष्टुं न यमः शक्तः || ४ ||
tava jalamamalaṃ yena
nipītaṃ paramapadaṃ khalu tena gṛhītam |
mātargaṅge tvayi yo bhaktaḥ kila taṃ draṣṭuṃ na yamaḥ śaktaḥ || 4 ||
mātargaṅge tvayi yo bhaktaḥ kila taṃ draṣṭuṃ na yamaḥ śaktaḥ || 4 ||
“Ó Mãe! aqueles que adentram tuas águas cristalinas
definitivamente atingem o mais elevado estado. Ó Mãe Gaṅgā! Yama (Senhor da
Morte) não pode prejudicar teus devotos.”
पतितोद्धारिणि जाह्नवि
गङ्गे खण्डित गिरिवरमण्डित भङ्गे |
भीष्मजननि हे मुनिवरकन्ये
पतितनिवारिणि त्रिभुवन धन्ये || ५ ||
patitoddhāriṇi jāhnavi
gaṅge khaṇḍita girivaramaṇḍita bhaṅge |
bhīṣmajanani he munivarakanye patitanivāriṇi tribhuvana dhanye || 5 ||
bhīṣmajanani he munivarakanye patitanivāriṇi tribhuvana dhanye || 5 ||
“Ó Jāhnavī (filha do sábio Jahnu)! A fluência
de tuas águas através dos Himalaias torna-te ainda mais bela. Tu és Mãe de Bhīṣma
e filha do sábio. És a salvadora das almas desviadas de seu caminho, e então és
reverenciada em todos os três mundos.”
कल्पलतामिव फलदां
लोके प्रणमति यस्त्वां न पतति शोके |
पारावारविहारिणि
गङ्गे विमुखयुवति कृततरलापाङ्गे || ६ ||
kalpalatāmiva phaladāṃ
loke praṇamati yastvāṃ na patati śoke |
pārāvāravihāriṇi gaṅge vimukhayuvati kṛtataralāpāṅge || 6 ||
pārāvāravihāriṇi gaṅge vimukhayuvati kṛtataralāpāṅge || 6 ||
“Ó Mãe! Tu realizas todos os desejos daqueles a
ti dedicados. Aqueles que se curvam-se a ti não precisam afligir-se. Ó Gaṅgā!
Tu anseias para se fundir com o oceano, assim como uma jovem anseia em conhecer
seu amado.”
तव चेन्मातः स्रोतः
स्नातः पुनरपि जठरे सोपि न जातः |
नरकनिवारिणि जाह्नवि
गङ्गे कलुषविनाशिनि महिमोत्तुङ्गे || ७ ||
tava cenmātaḥ srotaḥ
snātaḥ punarapi jaṭhare sopi na jātaḥ |
narakanivāriṇi jāhnavi gaṅge kaluṣavināśini mahimottuṅge || 7 ||
narakanivāriṇi jāhnavi gaṅge kaluṣavināśini mahimottuṅge || 7 ||
“Ó Mãe! aqueles que se banham em tuas águas não
precisam nascer novamente. Ó Jāhnavī! Tu és prezada na mais elevada estima,
destróis os pecados de teus devotos e os salva do inferno.”
पुनरसदङ्गे पुण्यतरङ्गे
जय जय जाह्नवि करुणापाङ्गे |
इन्द्रमुकुटमणिराजितचरणे
सुखदे शुभदे भृत्यशरण्ये || ८ ||
punarasadaṅge puṇyataraṅge
jaya jaya jāhnavi karuṇāpāṅge |
indramukuṭamaṇirājitacaraṇe sukhade śubhade bhṛtyaśaraṇye || 8 ||
indramukuṭamaṇirājitacaraṇe sukhade śubhade bhṛtyaśaraṇye || 8 ||
“O Jāhnavī! tu és plena em compaixão, purificas
teus devotos com tuas águas sagradas. Teus pés estão adornados com as gemas da
coroa de Indra (Rei dos Deuses), aqueles que buscam refúgio em ti são
abençoados com a felicidade.”
रोगं शोकं तापं
पापं हर मे भगवति कुमतिकलापम् |
त्रिभुवनसारे वसुधाहारे
त्वमसि गतिर्मम खलु संसारे || ९ ||
rogaṃ śokaṃ tāpaṃ pāpaṃ hara me bhagavati
kumatikalāpam |
tribhuvanasāre vasudhāhāre tvamasi gatirmama khalu saṃsāre || 9 ||
tribhuvanasāre vasudhāhāre tvamasi gatirmama khalu saṃsāre || 9 ||
“Ó Bhagavatī! remove minhas doenças, tristezas,
dificuldades, pecados e atitudes erradas. Tu és a essência dos três mundos. És
como um colar ao redor da Terra. Ó Deusa! tu sozinha é meu refúgio neste saṃsāra.”
अलकानन्दे परमानन्दे
कुरु करुणामयि कातरवन्द्ये |
तव तटनिकटे यस्य
निवासः खलु वैकुण्ठे तस्य निवासः || १० ||
alakānande paramānande kuru karuṇāmayi
kātaravandye |
tava taṭanikaṭe yasya nivāsaḥ khalu vaikuṇṭhe tasya nivāsaḥ || 10 ||
tava taṭanikaṭe yasya nivāsaḥ khalu vaikuṇṭhe tasya nivāsaḥ || 10 ||
“Ó Gaṅgā! aqueles que buscam a felicidade te
adoram. Tu és a fonte de felicidade para Alakapurī (cidade onde nasce o Rio Alakānandā),
és a fonte de felicidade eterna. Aqueles que residem em seus bancos são tão
privilegiados quanto aqueles que vivem em Vaikuṇṭha (o plano celestial de Śrī
Viṣṇu).”
वरमिह नीरे कमठो
मीनः किं वा तीरे शरटः क्षीणः |
अथवाश्वपचो मलिनो
दीनस्तव न हि दूरे नृपतिकुलीनः || ११ ||
varamiha nīre kamaṭho mīnaḥ kiṃ vā tīre śaraṭaḥ
kṣīṇaḥ |
athavāśvapaco malino dīnastava na hi dūre nṛpatikulīnaḥ || 11 ||
athavāśvapaco malino dīnastava na hi dūre nṛpatikulīnaḥ || 11 ||
“Ó Deusa! É melhor viver em tuas águas como uma
tartaruga ou um peixe, ou viver em suas margens como pobre pária sem-casta, do
que viver longe de ti como um rei próspero.”
भो भुवनेश्वरि पुण्ये
धन्ये देवि द्रवमयि मुनिवरकन्ये |
गङ्गास्तवमिमममलं
नित्यं पठति नरो यः स जयति सत्यम् || १२ ||
bho bhuvaneśvari puṇye dhanye devi dravamayi
munivarakanye |
gaṅgāstavamimamamalaṃ nityaṃ paṭhati naro yaḥ sa jayati satyam || 12 ||
gaṅgāstavamimamamalaṃ nityaṃ paṭhati naro yaḥ sa jayati satyam || 12 ||
“Ó Senhora do Universo! Tu purifica-nos. Ó Filha
do muni Jahnu! aquele que recita este Gaṅgā Stotram todos os dias,
definitivamente alcança o sucesso.”
येषां हृदये गङ्गा
भक्तिस्तेषां भवति सदा सुखमुक्तिः |
मधुराकन्ता पञ्झटिकाभिः
परमानन्दकलितललिताभिः || १३ ||
yeṣāṃ hṛdaye gaṅgā bhaktisteṣāṃ bhavati sadā
sukhamuktiḥ |
madhurākantā pañjhaṭikābhiḥ paramānandakalitalalitābhiḥ || 13 ||
madhurākantā pañjhaṭikābhiḥ paramānandakalitalalitābhiḥ || 13 ||
“Aqueles que têm devoção pela Mãe Gaṅgā sempre
obtêm felicidade e alcançam a liberação. Este lindo louvor lírico é uma fonte
de suprema felicidade.”
गङ्गास्तोत्रमिदं
भवसारं वांछितफलदं विमलं सारम् |
शङ्करसेवक शङ्कर
रचितं पठति सुखीः तव इति च समाप्तः || १४ ||
gaṅgāstotramidaṃ bhavasāraṃ vāṃchitaphaladaṃ
vimalaṃ sāram |
śaṅkarasevaka śaṅkara racitaṃ paṭhati sukhīḥ tava iti ca samāptaḥ || 14 ||
śaṅkarasevaka śaṅkara racitaṃ paṭhati sukhīḥ tava iti ca samāptaḥ || 14 ||
“Este Gaṅgā Stotram, escrito por Śrī
Ādi Śaṅkarācārya, devoto do Senhor Śiva, purifica-nos e realiza todos os nossos
desejos.”
Śrī Gaṅgā
Devī (श्रीगङ्गाडेवी) é a
personificação do Rio Ganges, o mais sagrado rio da Índia. É a Senhora da
purificação, que limpa o coração e remove o karman,
aproximando as almas de mokṣa – a
liberação do saṃsāra, o ciclo de nascimentos e mortes.
Neste mês
de junho, nos Templos Polimata de Campinas (09/06), Mairiporã (16/06) e Boituva(30/06), celebraremos a enaltecedora Gaṅgā Daśaharā em nossos satsaṅgas. Trata-se do festival de
celebração da descida de Śrī Gaṅgā, a Senhora da Purificação, à Terra.
Adicionalmente, honraremos as Glórias de Nārada Muni, o famoso mensageiro vaiṣṇava das estrelas, que carrega o amor e devoção por entre os planos astrais, e que é tido por algumas tradições como o fundador do hinduísmo em nosso planeta. Um texto completo sobre o mesmo será publicado em breve.
Śrī Nārada Muni. |
A Gaṅgā
Daśaharā é celebrada por toda a Índia, entre os meses de maio e junho,
enaltecendo a manifestação da Mãe Tripathagādevī (“a deusa que atravessa os
três mundos – causal, espiritual e material) em nosso planeta, que desce do
plano celestial aos cabelos de Śrī Śiva, atendendo a um profundo clamor de
misericórdia, realizado pelo Rei Bhagīratha.
Celebração da Gaṅgā Daśaharā no Hara Ki Paura, na cidade de Haridvāra (Haridwar), local onde a Senhora da Purificação desce do plano celestial sobre as madeixas de Śrī Śiva. |
Na tradição
Śakta, Śrī Bhagavatī Gaṅgā é uma das sete śaktis
da Suprema Absoluta Ādi Paraśakti. Auspiciosamente, acompanha os três membros
da Trimūrti, a trindade masculina do panteão hindu: Śrī Brahmā, Śrī Viṣṇu e Śrī Śiva.
Junto à Śrī
Viṣṇu, é conhecida como Viṣṇupadī (Aquela que emana dos pés de lótus do
Senhor), devido a um passatempo realizado por Śrī Vāmana, o anão – a quinta
encarnação de Śrī Bhagavan – que, ao medir o tamanho do Universo com a abertura
de suas pernas, abre neste um pequeno buraco com seu dedão esquerdo, que
permite a entrada de Kāraṇārṇava (o Oceano Causal) sob a forma do Rio Ganges.
Daí, flui para Brahmaloka, a morada de Śrī
Brahmā, onde se mantém por um longo período, para então adentrar em nosso
planeta (Bharataloka), personificado como Śrī Gaṅgā, onde é recebida por Śrī
Śiva, de quem também é consorte.
Śrī Vāmana, realizando o passatempo Trivikrama, que liberou o fluxo de Śrī Gaṅgā. |
Está
montada em Makara, o crocodilo, símbolo de proteção e devoção. A flor de lótus
e o kamaṇḍalu
(pote de água utilizados por brahmanas
e ascetas) representam a purificação e as mudrās
emanam a benevolência (varada) e o
destemor (abhaya).
Sua descida
à Terra se deu através das preces e sacrifícios executados em honra à Śrī
Brahmā por Bhagīratha – cujo nome pode ser livremente traduzido como “aquele
que realiza um grande árduo trabalho” – um virtuoso rei do estado de Kosala e
antepassado de Śrī Rāma.
Este
processo de mil anos foi necessário para a libertar as almas de seus sessenta
mil tios-avôs de uma maldição proferida pelo Kapila Ṛṣi – famoso sábio fundador da Filosofia
Sāṃkhya –, que os pulveriza com apenas um olhar, como castigo por terem-no
acordado de seu profundo transe e por causarem uma onda de destruição da
natureza, enquanto buscavam um cavalo sequestrado por Indra, o temperamental Rei
dos Devas, Senhor da Tempestade.
Após a
conclusão dos sacrifícios (tapas), Śrī
Brahmā concede um pedido a Bhagīratha, que solicita um rio divino para realizar
uma cerimônia, com o intuito de libertar as almas de seus antepassados. Tarefa
esta que já havia sido almejada por outros reis de Kosala, sem sucesso. Tal
desequilíbrio vinha causando diversos desastres naturais na região.
Śrī Gaṅgā Devī então é enviada por Śrī Brahmā,
descendo com enorme força do plano celestial (svargaloka), visto que após eras sendo constantemente adorada pelos
Devas, desenvolveu grande vaidade. Assim, sua correnteza era tamanha que, caso
tocasse diretamente a Terra, causaria grande destruição em nosso plano (bhuvarloka).
Śrī Śiva, então, se põe misericordiosamente no
caminho de Śrī Gaṅgā e amortece sua descida com seus cabelos, o que lhe dá o
título de Gaṅgādhara (Aquele que recebe Gaṅgā), purificando-a de sua soberba. Todavia,
Ela ainda destrói o monastério do sábio Jahnu que, irado, engole a Devī e só a
liberta após a insistência dos outros Devas, lhe rendendo o título de Jāhnavī
(“filha de Jahnu”).
Śrī Patitoddhāriṇī, "aquela que descendeu à Terra", e Śrī Gaṅgādhara ao centro. Abaixo, o Rei Bhagīratha. |
Posteriormente,
Bhagīratha guia Śrī Gaṅgā pelo território indiano e através submundo, onde
encontravam-se as cinzas dos seus sessenta mil tios-avôs, libertando-os aos
céus. Assim, por atravessar Svargaloka (o plano celestial), Pṛthvī (a Terra) e
Pātāla (o submundo), Ela também é conhecido como Tripathagā (Aquela que flui
dos céus às regiões mais baixas”).
Como Mãe, Śrī Gaṅgā é Aquela que aceita e
purifica a todos. Enquanto śakti, é a
potência da fertilidade do aspecto criador de Śrī Mahādeva, que se movimenta
eternamente. Divina, é água e pode ser sentida e absorvida mais facilmente neste
plano menos sutil. Ademais, seu processo de descida do plano celestial (avataraṇa) não se deu diretamente, uma
única vez, mas continua a acontecer, num fluxo contínuo dos céus à Terra.
Desta
forma, o festival recebe o nome de Daśaharā – onde, em sânscrito, daśa
significa ”dez” e hara conota a ideia de “derrota”, “superação”. Assim é
chamado pois, nesta data, o processo devocional à Śrī Śuddhā (“aquela que é
pura”) torna possível a seus devotos (bhaktas)
a erradicação de até dez resultados negativos das ações passadas (karman).
Esta
comemoração evoca a Senhora Jāhnavī (“a filha de Jahnu Muni”), principalmente,
em sua qualidade Mahāpātakanāśinī, “a grande destruidora dos pecados”, capaz de
abluir o sofrimento – considerando o estágio de evolução espiritual, que varia
de pessoa para pessoa – daqueles que rendem-se à sua infinita benevolência.
Assim
sendo, a celebração da Gaṅgā Daśaharā envolve profunda introspecção,
relacionada à reflexão acerca de nossas ações. Permite-nos, então, observar
como o Universo responde aos nossos movimentos, para que possamos realizar, de
fato, a qualidade de nossas intenções e o nível sincero de nossos esforços.
Portanto, a
purificação concedida por Śrī Pāpahantrī (“aquela que destrói as vicissitudes”)
depende da transcendência de nossas próprias limitações. Esta, por sua vez, é
fruto da sabedoria conquistada por aqueles que reconhecem o karman – neste
caso, encarado em seu significado neutro, como o fruto da experiência de
interação com o Universo, e não com a conotação negativa usualmente adotada
para este termo – como a mais poderosa ferramenta cósmica de aprendizado.
Śrī Gaṅgā na cidade de Hṛṣīkeśa (Rishkesh). |
Invocações mântricas
para o ritual:
गायत्री
gāyatrī (métrica védica de 24 sílabas, usualmente utilizada na invocação das Deidades)
gāyatrī (métrica védica de 24 sílabas, usualmente utilizada na invocação das Deidades)
ॐ त्रिपथगामिन्यै विद्महे
रुद्रपत्न्यै च धीमहि ।
तन्नो गङ्गा प्रचोदयात् ॥
रुद्रपत्न्यै च धीमहि ।
तन्नो गङ्गा प्रचोदयात् ॥
oṃ tripathagāminyai
vidmahe
rudrapatnyai ca
dhīmahi ।
tanno gaṅgā pracodayāt ॥
”Contemplamos Aquela que descende do plano celestial aos planos
inferiores,
Meditamos na Esposa de Rudra
Reverenciamo-nos àquela que flui vivazmente, para que nos ilumine com sabedoria.”
Meditamos na Esposa de Rudra
Reverenciamo-nos àquela que flui vivazmente, para que nos ilumine com sabedoria.”
बीजमन्त्र
bījamantra (contém a sílaba mística raiz da Deidade – para ser repetido 108 vezes
na contagem da japamālā)
ॐ गं गङ्गायै नमः
oṃ gaṃ
gaṅgāyai namaḥ
“Reverencias àquela que flui vivazmente.”
Sobre o bīja “gaṃ”: sílaba que remete a movimento, pureza,
e renovação.
Mais
informações e ingressos antecipados no Site da Ordem Polimata.
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nossos eventos pelo Facebook através da Agenda Polimata.
Todas as Glórias à Śrī Guru Mahārājācārya
Mahāsūrya Paṇḍita Svāmī!
Todas as Glórias à Śrī Nārada Muni!
Todas as Glórias à Śrī Śrī Gaṅgādevī!
Minhas mais humildes, sinceras e profundas
reverências,
Yuri D. Wolf
ॐ स्नेह
एवोत्तरम् ।
ज्योतिरेव
मार्गः ॥